terça-feira, 23 de abril de 2013

Aristolochia gigantea (Aristolochiaceae)

Aristolochiaceae Aristolochia gigantea
Copyright © 2008 by Jan De Laet (contact: Jan.De.Laet@skynet.be) [ref. DOL31797]Fonte: http://tcf.bh.cornell.edu/imgs/jdelaet/r/Aristolochiaceae_Aristolochia_gigantea_31797.html

Aristolochiaceae Aristolochia gigantea
Copyright © 2006 by Dan Nickrent (contact: nickrent@plant.siu.edu) [ref. DOL1271]http://www.phytoimages.siu.edu/imgs/paraman1/r/Aristolochiaceae_Aristolochia_gigantea_1271.html
[A fotografia das trepadeiras lenhosas de Aristolochia gigantea.]
http://ookaboo.com/o/pictures/topic/13526976/Aristolochia_gigantea
Foto de Chhe

http://plantas-e-pessoas.blogspot.com.br/2011_11_01_archive.html

[A fotografia de Aristolochia gigantea.]
Foto de Magnus Manske
F: http://ookaboo.com/o/pictures/topic/13526976/Aristolochia_gigantea

[Flor de Aristolochia gigantea Cultivada há Jardim Botânico do Rio de Janeiro]
Fonte: http://ookaboo.com/o/pictures/topic/13526976/Aristolochia_gigantea
 Foto de monocromático


 Dentro da Botânica, a ordemAristolochiales tem o privilégio de abrigar as maiores flores do mundo. É o caso da Rafflesia arnoldii - "Flor de Defundo" (devido o forte odor de carne putrefata que exala), da familia Rafflesiaceae nativo da Sumatra, cuja flor pode atingir 1 metro de diâmetro.

A ordem tem mais outra família, mais conhecida: A Aristolochiaceae com 450 espécies e apenas 7 gêneros (copiei do Lorenzi). No Brasil o gênero mais popular é a Aristolochia - um gênero bem bizarro com cerca de 60 espécies (também copiei do Lorenzi) que vegetam nas regiões quentes, da caatinga às matas, das restingas do litoral aos campos rupestres e principalmente nos cerrados do Brasil. 

Entre elas, a maior flor do Brasil: a Aristolochia gigantea com 50 cm de altura e 35 de largura. Pode conferir: está no Guinness. 

Suas propriedades medicinais:
Os sertanejos aplicam, à certas Aristolóquias, propriedades medicinais, entre elas: tônico uterino, digestiva, cicatrizante, febrífuga, calmante, vermífuga e até contra picada de cobras. Tem mais: tônico sobre as mucosas do estômago, intestino, rins, bexiga, além de suas qualidades epidermais.

 Aliás, os interioranos costumavam esfregar as folhas em suas pernas para se proteger das picadas. A superstição levava a convicção de que alguns pedaços de caule dessas plantas, trazidas como amuletos no bolso, no cano das botas ou sob os colchões, preservavam as pessoas da desgraça de qualquer natureza. Das propriedades terapêuticas, a mais antiga delas foi dada pelos gregos: a de ser uma planta boa para a recuperação pós-parto. Isto aponta para o motivo do nome científico: Aristolochia (Aristo - bom, facilitadora e Lochio- Lóquios, ou seja: o período que segue ao parto). Em doses homeopáticas realmente ela tem propriedades medicinais reconhecidas.

Porém deve-se alertar sobre seu potencial altamente tóxico em doses mais elevadas. É o que se descobriu nas Antilhas, por exemplo, onde suínos morriam após ingerir suas raízes. Por isso também recebe o nome popular de “mata-porco”. A força da planta chegou a ser comparada com a de mil homens. Vem daí seu outro nome vulgar: “mil homens”.

Na Aristolochia gigantea as flores são solitárias e penduradas numa haste longa. Exibem-se inicialmente fechadas, lembrando um "papo" unido a um "saxofone". Daí um dos seus nomes populares: "Papo de peru". Na verdade, essa curva sanfonada de cor verde representa o cálice, formada pela concrescência das sépalas, colocando em dúvida se "a papada" é formada por uma corola ou não. 

Alguns autores afirmam que essa planta não possui pétala(s)... um rolo danado !  outros afirmam que a flor da Aristolóquia é um conjunto constituído pelo cálice e corola, ou seja de uma ou outra forma, a flor é feita da união de pétalas e sépalas. Dúvidas à parte, o que se vê mesmo, é aquele "saxofone" escondido atrás de uma estrutura longitudinal, que vai arroxeando a medida que cresce, parecendo um pedaço de carne pendurado, que se rompe verticalmente para abrir uma flor enorme com aparência de coração invertido ou uma grande orelha roxa serpenteada por riscos irregulares brancos. 

No centro da flor um buraco de cor amarelada revestida internamente de pelos e glândulas que exalam um cheiro nauseante. É para atrair aquelas que são "chegadas" ou seja, moscas necrófagas ou varejeiras. Assim o "Papo de peru" garante a sua polinização. Infelizmente às custas da vida, muitas vezes, de seus "colaboradores" ou seja, a Aristolóquia é uma planta insetívora. Os primeiros insetos que entram na flor, dificilmente conseguem sair, devido aos pelos direcionados para dentro do tubo contorcido.

Uma curiosidade à parte é que os órgãos sexuais dessa flor não amadurecem ao mesmo tempo. O feminino amadurece primeiro, e à medida que a flor vai envelhecendo, amadurece o masculino. Porque será ? 
Para que ocorra a polinização, os insetos devem ter entrado primeiro numa flor mais velha (momento em que os pelos já estão mais frouxos, facilitando a saída).

 Impregnados de pólen são atraídos pela segunda vez pelo odor característico, entrando nas flores recém abertas polinizando as partes femininas. Como foi dito, nessa hora, muitos não conseguem regressar, morrendo ali dentro.

Nem sempre o mecanismo da polinização é assim. Em alguns períodos mais quentes do ano, os pelos internos abaixam-se pela manhã, facilitando a entrada e a saída das moscas, e no passar do dia levantam-se impedindo que fujam.  

As flores aparecem durante quase o ano todo, diminuindo no inverno.
Deve-se esclarecer que a fama de malcheirosa procede somente quando ela encontra-se em sua região de origem, na caatinga ou no calor do cerrado. Fora dela, pelo contrário, em lugares de maior altitude, exala até um cheiro cítrico, que lembra a "erva cidreira", não nauseante.

Após a fecundação, dá-se início a formação dos frutos. Estes também merecem ser observados de perto, pois quando se abrem, parecem pára-quedas; só que de ponta-cabeça. Devem ser colhidos quando o fruto acaba de perder a coloração verde. Daí, recolhidos num saco de papel, abrigando-o num local ventilado até a abertura dos frutos. As sementes são "comprimidas", pretas e onduladas" que podem ser semeadas no local definitivo, desde que não lhes falte água e sol direto. Germinam em 20 a 25 dias. 

Ela tem crescimento vigoroso. Seus ramos em poucos meses cobrem-se de uma grossa camada de cortiça. Graças a essa camada espessa e sulcada de cortiça é que as Aristolóquias conseguem sobreviver aos incêndios constantes que acometem os cerrados brasileiros. Aliás, calor é com ela mesma. O que ela não aguenta é o frio.

A aristolóquia é um tanto discriminada em relação ao seu cultivo para fins ornamentais. Ao nosso ver, mereciam certamente figurar em nossos jardins, devido tratar-se de uma planta nossa e diferente: uma solução fantástica para formar caramanchões, pérgolas, arcos, fechar alambrados de chácaras e grades de coberturas, tudo num curto espaço de tempo, pois são rápidas e resistentes.

Em resumo: 
Nome científico - Aristolochia gigantea 
Nome popular: Papo de peru, mil-homens, mata-porco, orelha de elefante. 
Familia: Aristolochiaceae 
Floração: de setembro a maio.
Frutificação: irregular durante todo o ano 
Clima: tropical e subtropical, é sensível ao frio e a geadas. 
Propagação: por sementes. Deixar secá-las num saco de papel, logo após colheita semi verdes e semeá-las em seguida. Também por estacas em estufas ou estufins. 
Solo: Não é muito exigente. Para florescimento mais intenso: solo ácido, drenado e fértil. 
Porte: seus ramos podem atingir até 35 metros.
Forma de Ascensão: por enrolamento (volúvel)
Poda: de limpeza, retirando-se as ramagens secas. De contenção quando os ramos ultrapassarem os limites desejáveis.
Luminosidade: Sol pleno. 
Utilização: Revestimento de grades, cercas, alambrados, caramanhões, pérgolas .


Onde adquirir: www.dierbergertropicais.com.br ; www.fazendacitra.com.br/paisagismo Tel: 0**19-3451.1221 Rod.SP 147 (Limeira – Piracicaba) Km. 117



Autor: Gustaaf Winters


FONTE: http://www.centropaisagistico.com.br/mostra_plantas.asp?id=52

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